A despeito de todas as excelentes atuações e da produção incrível, a série Vikings chega ao fim sem ter dito a que veio. Sem qualquer propósito, é visível e perceptível que a direção da trama perdeu a mão quando matou o personagem principal, na quarta temporada. Não porque Ragnar Lothbrok tivesse que viver até o fim das temporadas. Mas, sobretudo, porque não soube conduzir os também heróis, antes coadjuvantes, tipo sua esposa Lagertha e, até mesmo, o filho dele, Bjorn Ironside. Ou o temido Ivar, O Sem Ossos, promessa de que fosse lembrado pelos séculos dos séculos.

A roteirização, levemente baseada na realidade das sagas nórdicas dos séculos VIII e seguintes, tinha em mãos uma puta história! Aliás, tinha tudo para contar e recontar a pouco conhecida vida de personagens reais, que aparecem, inclusive, em outra série da Netflix (O Último Reino, que conta a ascensão do rei Alfredo, O Grande). Tudo bem que a série ficcional não se propôs a ser, efetivamente, histórica, como tantas outras do catálogo do streaming. E, apesar disso, até mostra como pano de fundo a luta entre os deuses pagãos e o cristianismo, este último sabidamente vencedor nessa batalha.

Sempre que inicio a jornada numa série, deixo para depois de termina-la a tarefa de pesquisar e ler sobre os personagens reais apresentados. E foi assim que o fiz (e estou fazendo) com alguns vikings. Que histórias fantásticas! São verdadeiras lendas, tais quais os reis ocidentais e medievais. Daria um sem número de séries. Aliás, já li que a Netflix pretende Vikings: Vhalhalla, com outros personagens importantes desta saga nórdica. De fato, já está reservado em minha lista.

Enfim, o fato de eu não ter encontrado muito sentido nem razão no enredo e no final de Vikings não a faz ser uma série que não mereça ser assistida. Ao contrário, vale a pena cada capítulo, muito embora os das temporadas finais tenham ficado menos empolgantes que os iniciais. Se ainda não assistiu, aproveite e assista à última temporada liberada na Netflix.