quarta-feira, 08 de maio de 2024

15 filmes que Bolsonaro precisa assistir para deixar de ser idiota

“Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.” O pensamento do filósofo irlandês Edmund Burke nunca foi tão verdade quanto nos tempos atuais, no Brasil. Parece que tem muita gente sem conhecer fatos históricos e na linha tênue para cometer os mesmos erros do passado. O mais triste disso tudo é que virou política de governo institucionalizada. Há um pseudopresidente levando grande parte de indivíduos para caminhos obscuros.

Por isso, resolvi dar uma mãozinha e mostrar que é possível conhecer a História verdadeira para além das fake news de WhatsApss ou distante dos ridículos comentários de churrasco. E listei aqui 15 filmes para que Bolsonaro e sua trupe ministerial e apocalíptica assistam para deixarem de falar bobagens, deixarem de ser machistas, misóginos, homofóbicos, racistas, contra indígenas e nazi-fascistas. Outros tantos filmes e séries poderiam ser acrescentados à lista. Deixe um comentário com sua sugestão, me siga nas redes sociais ou me mande uma mensagem!

Bolsonaro misógino
A misoginia, lamentável e infelizmente, faz parte da essência do Bolsonaro, algo que ele não consegue esconder em piadas machistas e comentários maldosos. Seja outrora contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ou contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que representam tantas mulheres atingidas pelos descabidos discursos.

Você (drama/suspense, 2018, Estados Unidos)
A série escancara na tela a violência psicológica que termina de forma trágica contra a mulher. O personagem Joe age como se aquelas com quem se relaciona fosse sua propriedade. A desculpa é a mesma que muitas ouvem Brasil e mundo afora: é amor. Jair Messias devia fazer uma sessão de cinema e convidar muitos de seus apoiadores machões para assistir.

Coisa mais linda (drama/romance, 2019, Brasil)
Talvez essa série brasileira mostre como era normal, no país, ser machista. E explica, embora não justifique, o ridículo comportamento do capitão reformado. Uma das personagens, Lígia, suicida seus sonhos porque seu marido bêbado é violento e a agride. E a sociedade da época a culpa pelo comportamento do marido, mesmo ele tendo a matado. Totalmente baseado em fatos reais, de ontem e de hoje.

Bolsonaro negacionista
Quando entra em cena o negacionista pandêmico, que diz que a Covid-19 é uma “gripezinha” ou que não é preciso entrar em pânico porque “todo mundo vai morrer um dia”, então Bolsonaro precisa assistir:

A corrida das vacinas (documentário, 2021, Brasil)
A produção lança luz não apenas sobre os bastidores da rapidez com que se produziu uma vacina contra a nova doença, mas, também, mergulha fundo no modo como o coronavírus se estrutura e age sobre o corpo humano, o que reforça medidas de isolamento, distanciamento e prevenção. Bolsonaro realmente precisa assistir, ainda mais que é uma série original do Globoplay.

Grey’s Anatomy (drama médico, 2005, Estados Unidos)
Se preferir, o pseudopresidente pode acompanhar a 17ª temporada desta série que é sucesso no mundo inteiro. Interrompida pela pandemia do coronavírus, a produção voltou com tudo e incluiu a Covid-19 no roteiro, com episódios que mostram internações em estado grave e a luta de profissionais da saúde na linha de frente do combate ao vírus ao mesmo tempo em que se desdobram para atender outras doenças. Talvez o Bozo deva convidar seus ministros para verem como a ficção imita a realidade.

Bolsonaro Gordofóbico
Em um de seus mais toscos espetáculos, o pseudopresidente solta uma frase que o eleva ao patamar de gordofóbico. “Se for comer o [cita o nome de uma pessoa da equipe], vai ser muita gordura. O urso vai passar mal”, diz, em uma live semanal pelas redes sociais. Aqui, vou indicar um filme que, além de aprender sobre o assunto, de quebra ele também poderá se tocar sobre questões de racismo e preconceito contra pessoas com Síndrome de Down.

Preciosa – Uma história de esperança (drama, 2010, Estados Unidos)
Angustiante, emocionalmente exaustivo e premiado, o filme narra a difícil trajetória de uma jovem violentada pelo pai, abusada pela mãe, que é negra, pobre, gorda e tem um filho com Síndrome de Down. Então, Preciosa busca se refugiar dos problemas em sua imaginação. É um excelente roteiro para se colocar no lugar do outro e perceber o sofrimento pelo qual algumas pessoas passam. Bolsonaro precisa praticar esse exercício mais vezes. Deveria assistir esse filme uma vez por semana.

Bolsonaro homofóbico
Não foi uma nem duas vezes que o capitão reformado afirmou, categoricamente, que “se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater” ou que “o filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro e ele muda o comportamento dele”. Bolsonaro é homofóbico e uma legião de outros tantos o segue. Ridículos, porque a homossexualidade existe desde que o mundo é mundo. Provaremos.

A favorita (drama/histórico, 2018, Irlanda/Reino Unido e Estados Unidos)
Retratado na Inglaterra do século XVIII, mostra o romance entre a Duquesa de Marlborough e a Rainha Ana, que tem uma reviravolta com a inesperada chegada da criada Abigail. Um romance homoafetivo como esse era comum no Egito, na Grécia e Roma antigos, perpassou a Idade Média e acontecia entre grandes personalidades da Idade Moderna. Bolsonaro vai morrer, ser esquecido e isso não deixará de existir.

Hoje eu quero voltar sozinho (romance/drama, 2014, Brasil)
Leonardo, o protagonista deste longa brasileiro, certamente não é filho de Bolsonaro – graças a Deus – nem fruto de uma fraquejada. Cego, filho de mãe superprotetora, tenta alcançar sua independência ao mesmo tempo em que descobre sobre si e sua sexualidade. Se muitos adolescentes pudessem falar sobre esse assunto desde a infância, certamente sofreriam menos quando adultos. Mas, infelizmente, ás vezes, tropeçam num bozo-facista pelo caminho.

Bolsonaro anti-indigenista
O pseudopresidente que levou uma indígena à Assembleia da ONU em 2019 é o mesmo que já fez apologia ao extermínio de índios, que assegurou que não iria mais demarcar terras indígenas e que disse que o índio “tá evoluindo. Cada vez mais (…) um ser humano igual a nós”. Bolsonaro não gosta do nativo brasileiro. Trabalha contra e faz tudo o que for possível para prejudicar esses povos. Que filmes poderia assistir para aprender um pouco melhor sobre a importância dos indígenas?

Piripkura (documentário, 2017, Brasil)
O que parece impossível, distante e longínquo se transforma em realidade nesse documentário premiado: dois índios que vivem totalmente isolados no Mato Grosso – últimos sobreviventes da etnia Pripkura –, de repente, aparecem em busca de fogo na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 2016. O grupo foi dizimado por madeireiros, que ainda hoje ameaçam a vida na floresta e as populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Que o diga Ricardo Salles! Assistir a esse filme com seu patrão bozo-fascista seria um tapa na cara!

Ex-pajé (documentário/drama, 2018, Brasil)
Narrativa em torno de Perpera, um pajé que deixou de ser liderança religiosa da tribo depois que vieram missionários cristãos estrangeiros e influenciaram as crenças locais. É um filme para mostrar a Bolsonaro que é o “homem branco” e o “homem civilizado” que está fazendo mal ao indígena, não o contrário.

Bolsonaro nazi-fascista
O flerte de Bolsonaro com o nazi-fascimo se estende aos tentáculos de seu governo. Como quando seu ex-secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, parafraseou Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, em um discurso oficial. Ou quando uma mensagem da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) afirmou que “o trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil”. A expressão “o trabalho liberta” era a que esperava os judeus que foram presos no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde morreram mais de 1,3 milhão de pessoas. E é para refrescar a memória de dor e sofrimento que indico os seguintes filmes, pelos quais não é possível algum ser humano não se sensibilizar dos horrores do Holocausto:

The last days (documentário, 1998, Estados Unidos)
O enredo passeia pela história de cinco judeus húngaros, que foram levados, junto com seus familiares, a Auschwitz, um ano antes de a Segunda Guerra Terminar. Lá eles testemunharam e vivenciaram na pele a dor e o sofrimento que os alemães causaram aos judeus. É impossível não se emocionar com suas memórias e lembranças. Bolsonaro deveria fazer o que qualquer expectador racional faria: imaginar-se na pele de cada um deles e praticar o altruísmo, a capacidade de se colocar no lugar do outro.

The Last Days: documentário produzido por Steven Spielberg e vencedor do Oscar já está disponível na Netflix (Foto: Reprodução)

O menino do pijama listrado (drama/guerra, 2008, Reino Unido)
Sob a ótica de duas crianças, o filme mostra a barbaridade das atrocidades que os nazistas cometeram nos campos de concentração. Bruno, filho de um oficial alemão conhece um garotinho que sempre está com um pijama listrado. O que os separa? A intolerância, o antissemitismo e uma cerca eletrificada. As dores do Holocausto, que já são muito fortes e evidentes, ficam ainda piores quando se sente na pele de crianças. O pseudopresidente tem compaixão por crianças?

A vida é bela (drama, 1997, Itália)
Clássico do cinema, o filme mostra o esforço de um pai para não transparecer ao filho pequeno as dificuldades enfrentadas num campo de concentração nazista. A criança entra na brincadeira que o pai inventa para tentar protege-la até que a guerra acabe. Emocionante, o filme é uma forma poética de contar uma triste página da história da humanidade. Através desse filme, é possível perceber a beleza do ser humano em meio ao caos e à maldade. Não é todo mundo que se dá conta disso.

A lista de Schindler (drama, 1993, Estados Unidos)
A história de um empresário alemão que viu uma oportunidade única de mão de obra barata na força de trabalho judia se transformou num dos mais lindos esforços para salvar vidas. Oskar Schindler renunciou à sua fortuna e conseguiu salvar mais de 1 mil judeus, no meio do turbilhão do extermínio nazista. Mais uma vez, no meio do horror, desponta a esperança de que o bem ainda sobrevive.

Bolsonaro violento
Não é possível que um ser humano que defenda a violência, a tortura e o fuzilamento ainda esteja em liberdade. Por muito menos, há muita gente presa. Em 1999, o então deputado do baixo clero disse “eu sou favorável à tortura, tu sabe disso”. No mesmo ano disse que “deveriam ter sido fuzilados uns 30 mil corruptos, a começar pelo Fernando Henrique Cardoso”, então presidente na época. Em 2016, numa rádio, voltou a dizer: “o erro da ditadura foi torturar e não matar”. Vamos recomendar:

Ação entre amigos (drama, 1998, Brasil)
Ficção que mostra a realidade, o longa mostra fragmento do regime militar brasileiro, que prendeu os amigos Miguel, Paulo, Elói e Osvaldo. Anos depois da prisão e da tortura que sofreram, descobrem que o torturador está vivo. E o confrontam. Uma realidade que, se Bolsonaro não aprender assistindo os erros do passado, só aprenderia mesmo se tivesse passado e vivido tudo isso. Não desejo isso nem para ele.

Freedon is a big word (documentário, 2019, Brasil/Uurugai)
Tortura não é boa para ninguém: nenhuma pessoa, nenhuma raça, nenhum credo, nenhuma religião, nenhum país. Quem defende esse tipo de prática para qualquer grupo é preconceituoso, racista, antissemita, etc. Esse documentário mostra o que sofreu o palestino Muhammad durante 13 anos de sua vida, antes de ganhar a chance de recomeça-la.