É isso mesmo que você leu. O estado do Paraná não sabe quantas cachoeiras têm no território todo. Não por negligência das autoridades. Talvez mais por dificuldade de cataloga-las mesmo. Afinal, são muitos os critérios para definir e diferenciar o que é uma catarata, o que é um salto, o que é uma cascata e o que é uma cachoeira. Por isso, à minha pergunta “Quantas cachoeiras catalogadas têm o Paraná”, a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo respondeu: “desconhecemos qualquer metodologia com critérios objetivos para classificar e catalogar quedas d’água no Paraná”.

Também não sabemos qual município do estado é o que mais concentra quedas d’água. Faxinal, por exemplo, tem mais de 70 classificadas, desde as que têm pouco mais de dois ou três metros até as grandes cachoeiras. Agora, o que se sabe é que Prudentópolis, na região central do estado ao lado de Guarapuava, possui duas das maiores cachoeiras do Brasil: o Salto São Francisco (com 196 metros) e o São Sebastião (informações oficiais no site da prefeitura dão conta de que são 126 metros). A cidade é conhecida como a Terra das Cachoeiras Gigantes.

Ah, não estou levando em conta as Cataratas do Iguaçu, que têm apenas 82 metros de altura, embora sua imponência se dê pelo conjunto de 275 quedas d’água no Rio Iguaçu entre Brasil e Argentina. De qualquer forma, segundo a própria secretaria, “há excetuando-se as quedas d’águas internas às Unidades de Conservação (federais, estaduais ou municipais), praticamente a grande maioria está em propriedades privadas (…) que o proprietário não faz questão de muito divulgar.”

Aliás, muitas não têm qualquer estrutura receptiva nem segurança para que sejam ofertadas como produto turístico, embora sejam visitadas pela população local e estejam no mapa de aventureiros do Paraná e de outros estados. Dessa forma, temos de contar com as fotos, os relatos e os roteiros compartilhados pelos turistas em blogs e redes sociais.